terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Só um conto...

                           Amor de Outra Vida




     Eu acordei cedo. Era um dia normal. Estava indo assistir aquela aula chatinha ou até interessante, quem sabe. Tomei o ônibus e sentei-me lá no fundo. Não no fundão, mas perto do cobrador, ou cobradora, nem me recordo. Notei que tinha um homem lá na frente, em pé. Ele olhou pra mim, não muito fixamente, mas ficou me observando. Eu nem o observei tanto, mas pude notar a sua presença ali naquele lugar. Desci no meu ponto e não o vi mais...
     Outro dia peguei o mesmo ônibus que sempre pego e... lá estava ele! Só notei mesmo porque olhei pra o lado e vi que era o mesmo homem que tinha visto até então. Ele olhou pra mim, dessa vez mais forte e eu pude sentir algo diferente  como não senti na primeira vez com tanta intensidade. Olhamo-nos um pouco, sem muita intimidade mas logo  pude sentir uma magia naqueles olhos que penetraram os meus, e eram verdes os seus olhos...verdes...! Daqueles de se convencer alguém. Aquele verde dos seus olhos me mostrou coisas que eu não podia compreender direito. Estava tudo escondido ali dentro. Eu desci no meu ponto e nunca mais o vi.
     Muito tempo depois eu o vi de novo. Nossa, tomei um susto! Estava me aproximando da saída do ônibus e o vi lá na frente. Parece que o lugar que ele mais gostava de ficar era li. Ele virou-se logo pra me olhar. O olhar dele me envergonhou. Meu olhar foi pro chão, mas ele percebeu minha vergonha mesmo assim. Desci então e fiquei totalmente desconcentrada na aula. A professora falava, eu olhava pra ela, mas minha mente estava naquele homem que mudou minha respiração e fez meu coração disparar. Meu dia foi tenso e a noite não pude conter meu pranto. Chorei copiosamente. Nem consegui dormir. Era como se estivesse acontecendo algo com ele e eu estivesse sentindo. Era como se ele fosse minha outra metade. A reencarnação de outra via. Acordei no outro dia e fiquei o dia todo com a cabeça longe e foi assim durante todo o final de semana. Falar da alma gêmea dá muito trabalho. Inda mais quando é reencarnada. É algo muito forte. Sério. Te domina! Ou pelo menos eu estou acreditando que seja isso. Foi assim durante semanas. Era julho. Passou-se então o mês todo e chegou agosto. Não vi meu querido amor (se assim posso chamá-lo. Sinto que devo) em agosto. Que desgosto! Fiquei até doente, depressiva, meu rendimento baixou muito nos estudos, estava morrendo, o corpo abalado e a alma fraquíssima, por ficar tanto tempo sem vê-lo. Com a voz cansada, mas com muito amor cantei, então: “See You In September”. E foi mesmo assim. Fiquei o mês todo do desgosto sem o ver e quando chegou em setembro o vi na primeira semana. Que alegria! Nossa! Chega eu vibrei quando encontrei o seu olhar. Nosso olhar vibrou! Quando estava perto de descer me aproximei bem dele. Dessa vez ele quem se intimidou com meu olhar. Acho que olhei ele demais... rs. Percebi algo misterioso nele mas não sabia o que era. Será que seria um homem malfeitor procurando a quem fazer mal? Não... tenho certeza que não!
     Outro dia que nem pensei em vê-lo, vi de novo! Quase morro de felicidade! Ele ficou muito próximo de mim. Cada vez que nos víamos ele se aproximava mais de mim, mas sempre me silêncio. Uma hora ele tocou em mim pra me ceder um lugar vazio no ônibus. A púnica palavra que soube dizer foi obrigada. E fomos a caminho inteiro assim. Perto de descer ele soltou um sorriso de leve, pois não falava nada. Só sabia me olhar. E eu o mesmo. Adorei o seu sorriso! Senti uma comunicação especial nele. Só nós dois entendemos a mensagem.
     No dia seguinte quase morro! Consegui vê-lo mais uma vez. Ver ele dois dias seguidos, pra mim era tudo! Nossa... ele olhava pra mim de um jeito que me mostrava que eu era dele ou que já fui algo dele de alguma forma. Ele se aproximou muito de mim nesse dia Ficamos lado a lado. Nossos rostos próximos como a onda do mar e a areia. E quando fui descer dessa vez, foi um pouco diferente. Ele não olhou muito pra mim. Eu estava tão próxima dele que ele me pediu licença e se sentou. Foi nosso último olhar até hoje. Depois desse dia, nunca mais o vi. Eu nem assisti aula direito nesse dia. Passavam-se mil bobagens pela minha cabeça inocente e maliciosa. Quando cheguei em casa estava sem energia. Ele tinha sugado toda. Naquela manhã nem tinha prestado atenção em uma aula importante pra mim. Naquele momento o que era importante pra mim era mesmo aquele homem misterioso.
     Até hoje não consegui vê-lo mais. E fico doente porque não o vejo e nem o tenho. E mais doente fico ainda porque nunca maus eu pude contemplar o seu olhar. Ah, aqueles olhos que eu não esqueço nunca mais. Nunca mais o vi mais sei que um dia o verei novamente. Mas sei que ele é meu, ou já foi meu em alguma vida...! Somos de nós dois, como um amor de outra vida!
     Eu nunca acreditei em espiritismo e era super contra! Mas depois dessa minha história que sei que vai continuar, passei a acreditar porque senti de verdade.

2 comentários:

  1. Olá nós do blog Madness agradecemos sua visita, já estamos te seguindo.

    Nossa você descreveu com tantos detalhes que me senti dentro de cada cena, nossa o olhar tem tanto poder, os falam por si só. Muito lindo adorei.

    Madness - O Blog da Loucura!

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  2. Obrigado pela visita,pelos textos parabéns pelo blog!
    Seguindo já!

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